Queria escrever alegriaszinhas. Pois as tenho. Nas tardes, nas manhãs, nas noites. Sou bem alegre. Mas quando silente. Quando diante da tela branca, do papel sem pauta definida. Não há nenhum som que não o velho lamento. A saudade antiga da moça que poucas vezes fui e há muito já não sou.
Queria escrever coisinhas delicadas, as quais as pessoas se identificassem. Provocar respiro, suspiro, boa esperança. Mas fracasso nessas tarefas. Sou bem sucedida em transcrever as horas de tédio. Só dele quem sei.
Para além das minhas sentimentalidades e poesia ruim. Um lugar de compartilhamento de percepções, em prosa clara – em tentativa. Crônicas e comentários sobre esse meu lugar de fala de mulher negra, feminista, artista, cínica e aguda. Quero fazer aqui pontuações sobre observações extraídas do cotidiano. Com ou sem poesia. Mas nada impede, que em paralelo, a Mônica sentimentalista, que escreve sobre seu umbigo dolorido, se manifeste na lírica. Convivemos todas.
domingo, 27 de abril de 2014
Abandono
Coisas abandonadas: a escrita, o sonho, o corpo, o desejo, chocolates, o risco. Abandonei-me. Pelo simples não crer. Creio que desisti.
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