domingo, 2 de junho de 2013

Sem título

Todas as noites sonho a encenação da vida que me escapa: beijo rostos que se esvaem qual vapor de chaleira. Toco mãos que não são. E no soluço desperto do abraço. E a lágrima entende que não há criança alguma em meu colo. Desperta, acostumo com a realidade que se alimenta de sonhos abortados pelo tempo. A solidão é a mais presente companhia desde os tempos das bonecas. A solidão gosta mais de mim que nenhuma outra pessoa. E sinto que por mais que encene todas as noites adentro companhias, nas manhãs invariavelmente, é ela quem me dá bom dia.

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