Para além das minhas sentimentalidades e poesia ruim. Um lugar de compartilhamento de percepções, em prosa clara – em tentativa. Crônicas e comentários sobre esse meu lugar de fala de mulher negra, feminista, artista, cínica e aguda. Quero fazer aqui pontuações sobre observações extraídas do cotidiano. Com ou sem poesia. Mas nada impede, que em paralelo, a Mônica sentimentalista, que escreve sobre seu umbigo dolorido, se manifeste na lírica. Convivemos todas.
sábado, 24 de agosto de 2013
Observando o amor
Há valor quando se vê uma pessoa na outra. O amor assimilado em forma de contágio. Em forma de lei, que se compactua, consente, confirma, dispensando o dever da gratidão. Valioso ver a validade do amor enquanto afecção, mesmo quando falta zelo - fruto da extrema ignorância. Que o amor possa ser boa influência. Possa mover poesia. E fazer cartões postais.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Ainda é tarde, amor
Um reconhecimento trago ao ver o rosto no espelho e identificar o bigode chinês sobre os grossos lábios: não, não, não amadureci. Sou ranzinza, bastante reclamona e altamente atolemada. Mas não sou madura. Ainda choro no escuro, totalmente indignada com minha solidão. Ainda danço no espelho diante de uma roupa nova e suspiro ao ver Brad Pitt nas telas grandes. Não sou madura. Me divirto com competições inúteis por colocação em joguinhos. Ainda brinco de casinha no The Sims. Ainda sonho com uma vida que serei uma mulher bonita, bem sucedida e cobiçada, com uma linda filhinha correndo pela casa e um marido amoroso, lendo jornal no sofá. Ainda sonho com um moça econômica que não aprendi a ser. Ainda sonho com o que acho que já poderia ter superado sonhar. O tempo de tanto devaneio já passou e não cabe mais minhas aspirações de menina de 15 anos. São já 34... e ainda sou a mesma menina que escreve coisas no caderno. Ainda acendo velas porque tenho medo do escuro. Ainda...é tarde.
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