Antes de mim mesma, corro para ver minhas plantas. Tornei-me uma moça dedicada a cuidar de uma pequena horta, bem como de um conjunto de vegetais intrusos, que brotaram na minha terra e como sou vira-lata, gosto do inusitado. As plantas intrusas dão pequenas flores e quando chega a noite, ficam alvoraçadas, exalam perfume. Vou deixando que elas fiquem...elas me causam surpresa.
A certeza da minha vitória como plantadora de hortaliças se deu quando o pé de alface vingou - despeito de olhos que achavam que minha horta era toda de equívocos. Ele vingou e posso dizer - só e o comi - que suas folhas são as mais saborosas que já provei. De um verde forte, o sabor amargo, forte forte. O alface é a minha conquista nova: cuidadora.
Antes do meu desjejum, visito minha horta e meio boba, desejo-lhes bom dia. Cato alguma sobra de borra de café e distribuo por entre as terras. Vejo se alguém comeu ovos, quebro a casca e faço a distribuição. O fato foi que a rúcula gostou disso e garantiu folhas bem saborosas. Contudo, uma parte dela parece sofrer de alguma praga...meio esbranquiçada...sei pouco o que fazer. Provei da rúcula...mas sem o mesmo entusiasmo que o alface - a rúcula quer algo de mim, mas não sei o que.
Tentativas frustradas de plantar manjericão. O manjericão é o meu fracasso. Já comprei sementes, já adquiri mudas de amigas, já fiz tentativas de deixa-lo na água, para ver se vinga...nada deu muito certo. Será minha energia meio bagunçada e faz murchar o manjericão? Será que ele quer mais sol? Será que ele quer menos sol? Qual é o problema que o manjericão não resiste a minha presença?
Os tomates são uma promessa: todos os dias eles prometem que virão...mas ainda não vieram. As plantas são garbosas e as maiores da horta...cada dia mais altas e intrincadas...Talvez precise dar suporte para que possam verticalizar-se...no dia que der o primeiro tomate...nem sei...serei mãe boba...chamarei os amigos. Darei uma festa.
Hoje plantei mais sementes de alface, rúcula e calêndula. Também já tenho brotos de coentro e pimenta: mais promessas. Entendo agora porque verde é esperança, é esse carinho nutrido na fé de que virá algo. E quando vem...você sorri e se alimenta. Gosto de ser essa moça que planta suas esperanças e as prova com azeite doce. Ainda sob críticas, cultivo o inesperado...essa semente de sálvia que deu outra coisa...que até hoje não sei quem é...mas só sei que é bonita e procura os céus.
Quem diria que um dia eu gostaria tanto de plantas...
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