quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Do tempo

E admiro o tempo. De repente ele pousa sobre minhas mãos, sem fugir célere. Simplesmente preparo o jantar, o almoço do dia seguinte. Respiro fundo. E ele ainda está nas minhas mãos. Desenho uma página. Desenho outra. Faço um verso. Ainda tenho ele nas minhas mãos. Não sei o que fazer com a sua presença, com a sua graça dizendo "você me tem agora". Acendo uma vela. Fico de ponta cabeça. Leio um livro. Leio outro livro. Escrevo. Converso. E ele está ali. Até abrir a gaveta e ver que a conta venceu, faz três horas. E o tempo passou. E eu não vi. E já não o tenho. Ele me seduziu e escapou por entre os dedos.

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