segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Da dispersão necessária

De repente, eu que sou toda das palavras, perdi. Porque parece que as imagens se tornaram mais pungente. Talvez porque escrever obriga a racionalizar. E explicar nem sempre é bom. Especialmente quando não se sabe, nem se quer definir rotular nada.
Sinto cheiro das flores aqui de casa. A roseira caiu pela janela. Está despedaçada. Ela. Eu não. Eu sorrio. E desenho coisas. Menos do que as imagens que jorram sob meus olhos.
Sinto peso e cheiro. Disfarço trabalhando. Racionalizo o trabalho para não racionalizar o que sinto. E aquela dispersão vai se aquietando. E fico um pouco trêmula: porque enquanto estou dispersa, sou mais forte.
Mas a fragilidade é necessária. Consentir. Assentir. Sentir. Tudo isso é necessário.
Mas prefiro não rotular. Não sinto nada ainda.
Prefiro só sorrir.
Ponto parágrafo.

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