Sonhei. E estupefata defrontei-me numa realidade nova.
As borboletas cansaram de ser borboletas. Do mundo. Do ar.
Deliberaram entre si que quando fizessem a metamorfose. Virariam peixe.
Seguras, iriam viver coloridas num fundo do mar, abundante de cores únicas.
E ao ouvir a notícia na tevê, parava tudo o que fazia: que graça terá o mundo sem borboletas?
De certo, um alívio pueril: embora goste de seus movimentos, não me alegra a sensação de ter borboletas pousadas em mim. Não pousem, por favor. Só voem.
Que graça teria o mundo sem a sua rara leveza? Quase nada é leve.
Quase tudo afunda. Até vós, borboletas.
Não, não foi verdade.
As borboletas não viraram peixe.
Ainda há leveza. E esperança.
Para além das minhas sentimentalidades e poesia ruim. Um lugar de compartilhamento de percepções, em prosa clara – em tentativa. Crônicas e comentários sobre esse meu lugar de fala de mulher negra, feminista, artista, cínica e aguda. Quero fazer aqui pontuações sobre observações extraídas do cotidiano. Com ou sem poesia. Mas nada impede, que em paralelo, a Mônica sentimentalista, que escreve sobre seu umbigo dolorido, se manifeste na lírica. Convivemos todas.
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