quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Apologia do Não Saber

Cansaço de ter que ser inteligente. De saber porquê e ter que explicar, argumentar, contra-argumentar, definir, conceituar, questionar, ponderar, negar. Vontade de só responder: não sei. Porque nem sempre sei porquê, e se sei, nem sempre quero dizer. Explicar a tudo fatiga...fatiga tanto. E realmente, duvido que saiba tanto assim.
Cansaço de ser consistente. De pessoas permanentemente consistentes e profundas, que arrotam conhecimento. Cansaço de Deleuze, Nietszche e das bandeiras contra metafísica. Quero o colo de Deus, sua confiança e seus afagos. Quero pensar que tem alguém cuidando de mim, me protegendo. Quero, quero, quero Deus. Essa solidão da liberdade no meio da opressão do que não posso mudar me constrange. E a metafísica me consola porque sou mística, porque nada me faz mais feliz que um banho de arruda e o cheiro do manjericão.
Cansada de comida saudável. De boa música. Do que é "bom". Cansada, cansada, cansada mesmo da moça de óculos que inventei e dessa lua fatigante em Virgem. De ser crítica, auto-crítica e permanentemente insatisfeita.

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