segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Meninos da minha rua

Storyline I
Menina cresce. Padrasto nota e deseja. Rua fala. Ela engravida. Eles se amam. A mãe silencia, finge que não vê e em pleno século XX, morre de tuberculose. Ele também. A filha  cuida dos filhos dele com sua mãe, dele com ela.

Storyline II
O menino mais bonito da rua foi o primeiro a ser pai. Negro azeviche, emprenhou menina branca. Ficou forte, puxou ferro. Ficou menos bonito deformado para ser segurança. O menino mais bonito da rua se engraçava com todas. Morreu na Ladeira da Praça, jogando dominó numa madrugada de dia comum. Mataram. Não se sabe porquê. Sua mãe não foi mais a mesma, embora tivesse seis filhos, já não podia fazer outro tão bonito como aquele.

Storyline III
Pai deixou o filho com a amante. A amante criou o filho como se fosse seu. Jorge era perverso. Batia nos bichos, nas crianças, desrespeitava as idosas. No ar, a promessa: esse menino tem instinto ruim. Antes dos 20, Jorge morreu. O instinto ruim virou crack, fez roubar senhoras, levou-lhe para cadeia, consumiu sua vida, antes de virar homem.

Storyline IV
No número 1 só moravam velhinhas. Dona Nedi, Dona Maria, Dona Alzira, mãe de Jorge (o que morreu cedo). Dona Nedi morava no último andar, namorava um mecânico mais jovem, que lhe dava alegrias no horário do meio dia. Colocava as caixas de som na janela, vendia refrigerantes e cervejas que passava pela cesta. Dona Maria espichava cabelos a ferro e rezava doentes, vivia só e parecia uma índia. Dona Alzira era gorda, tinha um pastor alemão, um amante policial e cuidava do enteado que lhe fora confiado e que a vida/natureza(?) estragou.

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