Para além das minhas sentimentalidades e poesia ruim. Um lugar de compartilhamento de percepções, em prosa clara – em tentativa. Crônicas e comentários sobre esse meu lugar de fala de mulher negra, feminista, artista, cínica e aguda. Quero fazer aqui pontuações sobre observações extraídas do cotidiano. Com ou sem poesia. Mas nada impede, que em paralelo, a Mônica sentimentalista, que escreve sobre seu umbigo dolorido, se manifeste na lírica. Convivemos todas.
domingo, 20 de janeiro de 2013
Longo Diálogo Mental (II)
A alegria é uma potência de mudança. É uma possibilidade de trampolim, apesar de todas as dores e irrefutável crueldade da vida. A alegria é revolucionária. Mas a alegria não pode ser desculpa para superficialidade. Não pode ser miopia, nem indisposição para ver o mundo. A alegria não pode ser uma ditadura. Não quero encomendar sorrisos engarrafados. Nem fazer da gargalhada a única máscara viável do meu rosto. Quero todas as nervuras e expressões que minha face pode ganhar. Quero o direito ao humor, mas também ao mal humor, a melancolia que me visita quando em vez. Quero o direito a todas as cores: a estridência do amarelo, a austeridade do roxo. Quero o direito a ser várias: alegre, boba, triste, entediada, entusiasmada. Duvido muito de quem tem só uma expressão e distribui lições de vida, comportamento e felicidade por minutos. E então, amigos e amigas, não me engarrafem, nem me leiam como se eu fosse uma coisa só ou precisasse dessa lição de alegria magnifica que você tem a dar. Por favor, poupem-me de me sentir um frasco de tinta, quando posso ser a palheta Pantone.
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Cheguei a pesquisar "a alegria é uma potência de mudança" no Google, pois pensei que havia sido plagiado de algum outro lugar.
ResponderExcluirVocê tem noção do seu talento?
Devia condensar seus posts em um livro.