domingo, 20 de janeiro de 2013

Longo Diálogo Mental (II)

A alegria é uma potência de mudança. É uma possibilidade de trampolim, apesar de todas as dores e irrefutável crueldade da vida. A alegria é revolucionária. Mas a alegria não  pode ser desculpa para superficialidade. Não pode ser miopia, nem indisposição para ver o mundo. A alegria não pode ser uma ditadura. Não quero encomendar sorrisos engarrafados. Nem fazer da gargalhada a única máscara viável do meu rosto.  Quero todas as nervuras e expressões que minha face pode ganhar. Quero o direito ao humor, mas também ao mal humor, a melancolia que me visita quando em vez. Quero o direito a todas as cores: a estridência do amarelo, a austeridade do roxo. Quero o direito a ser várias: alegre, boba, triste, entediada, entusiasmada. Duvido muito de quem tem só uma expressão e distribui lições de vida, comportamento e felicidade por minutos. E então, amigos e amigas, não me engarrafem, nem me leiam como se eu fosse uma coisa só ou precisasse dessa lição de alegria magnifica que você tem a dar. Por favor, poupem-me de me sentir um frasco de tinta, quando posso ser a palheta Pantone.

Um comentário:

  1. Cheguei a pesquisar "a alegria é uma potência de mudança" no Google, pois pensei que havia sido plagiado de algum outro lugar.

    Você tem noção do seu talento?

    Devia condensar seus posts em um livro.

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